“Juntos – Encontro do Povo de Deus”, em vista da Assembleia Sinodal de outubro. É a iniciativa apresentada pela Sala de Imprensa da Santa Sé e será aberta a todos, especialmente aos jovens. Será realizada na Praça de São Pedro na presença do Papa Francisco e de representantes de várias Igrejas e animada pela Comunidade de Taizé
A sinodalidade em si não é algo novo porque se refere à experiência iniciada pelos próprios apóstolos. Agora, a novidade é rezarmos juntos, conscientes de que todos nós somos batizados em Cristo. Este é o conceito chave que surgiu na apresentação da vigília ecumênica que contará com a participação de jovens de 18 a 35 anos de vários países europeus e de todas as tradições cristãs, para um momento de partilha neste final de setembro. A hospitalidade será assegurada pelas paróquias e comunidades em Roma. Para estas novas gerações de católicos, é também um evento concebido para ser vivenciado em continuidade com a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa. Após a vigília, os bispos e os participantes do Sínodo farão um retiro de três dias perto da capital liderado pelo teólogo dominicano Timothy Radcliffe.
Frei Alois: pausa para celebrar a unidade e pedir a paz
Foi o Prior da Comunidade de Taizé, frei Alois, que propôs em outubro de 2021, a intuição de um tempo de pausa, de meditação, de silêncio para ser dedicado à celebração daquela “ainda imperfeita, mas real unidade” em Cristo. Mesmo quando as questões teológicas permanecem sem solução, afirmou, estamos unidos e isto deve ser manifestado: desta forma descobrimos que podemos nos tornar promotores da paz. O Papa ficou entusiasmado com isso, repetiu, evidentemente o tempo estava maduro para esta ideia, acrescentou ainda. Manifestar a unidade, através do que é o ecumenismo espiritual, é o pré-requisito para pedir a paz no mundo. Frei Alois enfatizou a importância de nos centralizarmos no dom do Batismo que nos une uns aos outros: “Num clima de polarizações sociais”, afirmou, “queremos colocar no centro a oração em Cristo que é nossa unidade”. O que lhe é mais caro, apontou, são os muitos jovens em busca de um caminho espiritual, que ainda estão desorientados: é para eles que devemos olhar, não apenas para aqueles que já estão vinculados a uma fé.
Abrir as portas para o ecumenismo de ação
Crise ecológica e o grito dos pobres: duas prioridades a serem mantidas fixas. Estas são as sugeridas pelo Irmão Alois e também compartilhadas pelo Arcebispo Ian Ernst, representante pessoal do Arcebispo de Cantuária junto à Santa Sé e diretor do Centro Anglicano em Roma. Ele fez um convite para abrir as portas para o ecumenismo da ação. “Devemos ser portadores das necessidades profundas do povo de Deus, escutar a voz daqueles que normalmente não são ouvidos. O Sínodo deve promover a inclusão e não apenas pensar nas estruturas, mas colocar as próprias relações no centro”, desejou. Neste sentido, a Vigília será uma espécie de ‘teste’ para ver como somos capazes de rezar uns pelos outros e assumir as dificuldades dos outros. Porque compartilhar a Palavra de Deus, foi enfatizado, não é algo abstrato, mas algo que se fortalece no concreto da vida.
Fonte: Vatican News